Em 04 de junho de 2024, tivemos o grande evento
Direito e Literatura em Shakespeare, promovido pelo
Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP). Na ocasião, o palestrante convidado, Dr.
José Roberto de Castro Neves, doutor em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em direito pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, professor de direito civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-Rio), advogado, e, profundo conhecedor do Bardo inglês, expõe de início que o escritor inglês é envolto de um "assunto delicioso e importante", que, na verdade, para apreciá-lo não precisa ser um profundo conhecedor. Então, o conferencista reflete sobre o prazer da leitura, sendo uma delícia ler, com a imaginação fluída, onde você conversa consigo mesmo.
A seguir, explicita os motivos pelos quais os advogados devem ler:
(a) prazer / conhecer a si mesmo;
(b) para se comunicar;
(c) para interpretar os textos;
(d) compreender a humanidade;
(e) cultura.
O autoconhecimento é muito importante e a leitura ajuda nisso. A literatura nos ensina a nos comunicar, a usar as palavras corretas, a diferenciar a ironia da grosseria (linha tênue), a fazer silêncio nos momentos certos. Igualmente, a leitura realmente fornece uma base para interpretar os textos. Além disso, auxilia na compreensão da humanidade - a literatura, segundo Castro Neves, é o abecedario da humanidade, sendo o ser humano a diferença, de modo que conhecer a humanidade é fundamental. E ainda, para o palestrante, a tragédia se relaciona com a humanidade, e o que faz a tragédia é a circunstância das pessoas, por certo, que está na humanidade, em nossas vidas. E também vale dizer que a tragédia permeia as obras do bardo inglês. Finalmente, cabe diferenciar cultura de informação (cultura x informação), pelas palavras do expositor. Castro Neves esclarece que cultura tem uma carga de valor, enquanto informação, não.
O palestrante reflete que em Shakespeare:
1) nunca há respostas;
2) tudo tem um motivo;
3) não há influência do divino;
4) existe uma ordem;
5) o homem é complexo.
Resultado: Tudo se discute - tudo é objeto de discussão.
Adiante, Castro Neves explicita que 2/3 de suas peças aborda julgamentos e temas jurídicos. Nesse sentido, há sua célebre frase: "A primeira coisa que temos a fazer é matar todos os advogados", o que, na realidade, é um grande elogio aos advogados, já que estes são o alicerce da sociedade. O escritor inglês - vale dizer - foi crítico ao Judiciário de sua época em alguns momentos.
A Dra. Marina Bevilacqua de La Touloubre, vice-presidente da Comissão de Estudos de Direito e Literatura do Instituto dos Advogados de São Paulo - IASP, afirma:
"Passou voando! Sob a batuta de Jose Roberto de Castro Neves, a reunião de junho da Comissão de Direito e Literatura do Instituto dos Advogados de São Paulo - IASP foi uma deliciosa viagem pelas obras de Shakespeare em seus mais evidentes e mais insuspeitos aspectos jurídicos.
Com sua verve cativante, nosso convidado nos transportou para uma Europa em ebulição, traçando paralelos pra lá de perspicazes entre os dramas explorados pelo Bardo e a nossa atual realidade - "nossa" enquanto profissionais do direito, enquanto povo brasileiro e enquanto cidadãos do mundo. Vida longa a esse time, Ricardo Peake Braga e Mauricio Felberg!"
"Deliciosa palestra sobre Shakespeare por José Roberto Castro Neves, em mais em evento da Comissão de Direito e Literatura do IASP" expõe o Dr. Ricardo Peake Braga, presidente da Comissão de Estudos de Direito e Literatura do Instituto dos Advogados de São Paulo - IASP.
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