Mulheres - Casa de Cultura Odisseia
Sp. Março de
2022
Olá! Tudo bem? Espero que sim e com
Saúde! Neste fim de março, no mês da mulher, ocorreu um evento fantástico,
voltado para as Mulheres, com as mulheres no centro das exposições artísticas.
O encontro ocorreu na Casa de Cultura Odisseia, um espaço dedicado a
Humanidades, Artes e Democracia. Na ocasião, tive a oportunidade de entrevistar
a jornalista, escritora e professora Vânia Coelho, autora da obra A incrível lenda da inferioridade, que
aborda a violência contra a mulher de forma ampla. Também a artista e design
Marcella Sholl, com seu trabalho sobre mulheres ícones da história mundial e,
ainda, o escultor Raul Boledi, com esculturas, que buscam um caráter solidário
do feminino. A arte pressupõe criatividade e originalidade. Certamente, nenhum
dos expositores ficou devendo. Pelo contrário, trouxeram grande contribuição
não só para as artes, mas por toda a realidade que nos cerca. Vejamos o bate
papo!
Entrevista
com a jornalista, escritora e professora Vânia Coelho, autora da obra A incrível lenda da inferioridade
Nicholas Merlone:
O tema da obra trata
sobre as mulheres. Vânia, você poderia falar um pouco sobre sua obra para a
gente?
Vânia:
Ah! Claro! É um prazer!
Bom, eu falo nesta obra a história real de 33 mulheres, que sofreram opressão,
que sofreram violência, devido ao sistema patriarcal. Violência não só com
relação aos maridos, mas violência social, política. E eu conto como algumas
superaram e como outras foram sucumbidas.
Nicholas Merlone:
Muito interessante!
Como a sra. vê o papel da arte, da literatura no combate contra a violência
contra as mulheres?
Vânia: Nossa! Para mim, é uma tábua de
salvação. Primeiro porque só o conhecimento liberta. E a literatura, ela
denuncia, ela noticia, ela informa, ela desenha, ela esculpe a realidade.
Nicholas Merlone:
Muito obrigado!
Interessantíssimo! Realmente, ótimas colocações! Teria alguma mensagem final
para a gente?
Vânia:
Eu tenho uma mensagem
muito linda que é da poesia de uma autora indiana, que é uma jovem poeta, que
ela fala que a mulher está sempre muito preocupada com essa indústria da
beleza, e ela diz assim... Me perdoem a
todas as mulheres que eu chamei primeiro de bonitas, antes de falar corajosas,
inteligentes, empreendedoras...
Nicholas Merlone:
Excelente! Muitíssimo
obrigado pela atenção!
Vânia: O prazer foi meu!
Visite e conheça o Blog da Vânia.
Entrevista
com a artista e design Marcella Sholl
Marcella nos presenteou com uma obra
fantástica, que traz mulheres ícones da história mundial e brasileira: a) Marielle Franco; b) Pagu; c) Simone de Beauvoir;
d) Angela
Davis; e) Frida Kahlo;
f) Rosa Luxemburgo;
g) Olga
Benário Prestes; e h) Dandara.
Nicholas Merlone: Marcella, você pode falar um pouco sobre a sua exposição para gente?
Marcella:
Claro! Vai ser um
prazer! A minha exposição se chama “Papel de Mulher”. É uma exposição que
retrata mulheres emblemáticas da nossa história. São 4 mulheres fortes da
história mundial e 4 mulheres que têm uma representatividade muito grande na
história do Brasil. Então, são mulheres que eu escolhi por elas terem um papel
que integra todas elas, por serem mulheres de muita força, que tiveram muitas
lutas, especialmente, em direitos humanos e direito das mulheres. Então, foram
mulheres que eu escolhi, ao longo de um ano, para retratar, para poder
representar agora no mês da mulher.
Nicholas Merlone: Muito bacana! Você poderia falar um
pouco para gente do papel da arte no protagonismo feminino?
Marcella:
A arte tem um movimento
de expressão, que envolve muitas áreas. Então, eu sou formada em design, mas
tenho a arte dentro da minha trajetória, tenho um pai que foi artista plástico,
então, tenho muita inspiração. E eu acho que a mulher consegue expressar,
através da arte não só a delicadeza, mas também a força. Acho que uma grande
inspiração para mim, no caso, comecei pela Frida Kahlo justamente por isso. Porque
ela é uma mulher que transformou dor e força em arte.
Nicholas Merlone: Marcella, você poderia falar um pouco
sobre o “Lambe Lambe”, para a gente?
Marcella: O Lambe Lambe surgiu há muitos anos,
como uma expressão de manifestos. Ele tem toda essa carga política e militante
de você poder transmitir informações e manifestos pelos muros e pelos postes. É
uma arte de expressão urbana e é muito acessível. Então, ela é uma mídia barata
e fácil de manipular. Todo mundo já viu um Lambe Lambe na rua. Ele tem uma
carga muito grande, que agora está sendo ressignificado também na decoração. É
uma mídia que traz muita carga histórica e também de manifestos e das lutas.
Nicholas Merlone: Muito bacana! E o papel do Lambe Lambe
com a mulher?
Marcella: Eu acho que o feminino agora está com
essa força toda. Muitas mulheres usando o Lambe Lambe como forma de expressão. Cada
vez mais, eu vejo artistas que estão explorando essa forma de se comunicar,
criando Lambe Lambes com temáticas feministas, de luta e estão espalhando isso
pela cidade. Então, está voltando com força total e eu acredito que essa mídia
veio para ficar.
Nicholas Merlone: Você teria alguma mensagem para passar
para as mulheres, para gente?
Marcella:
Acho que a mensagem
principal é sempre acreditar no seu potencial, na potência feminina, na força
que a gente carrega. As mulheres são muito mais fortes do que elas imaginam. Têm
nada de frágil. Acho que tem muita força. E, principalmente, nas mulheres que
são mães. Acho que a natureza feminina é o portal para esse mundo. Então, você
ser mãe, você carrega muita potência. Todo mundo tem uma mãe e todo mundo tem
uma mulher que inspira. Acho que a força feminina é de grande inspiração.
Nicholas Merlone:
Muitíssimo obrigado
pela atenção!
Marcella:
Obrigada!
Siga a Marcella no Instagram: @cellasholldesign e @lambe.pia
Entrevista
com o escultor Raul Boledi
O escultor Raul Boledi nos presenteia
com obras fantásticas.
Nicholas Merlone: O senhor poderia nos falar um pouco
sobre suas obras, sua arte?
Raul: A grande motivação de toda a minha arte
é a alma feminina e a valorização de aspectos do feminino, através da
escultura. Algumas das obras estão vinculadas a uma intervenção masculina
feminina e o masculino sendo um partícipe de todo esse ambiente feminino. O
camarada, um colaborador, um facilitador. E outras obras falando somente do
feminino. O solidário entre as mulheres e as obras todas. Obras que tratam das
vítimas da violência. Mas não com a estética da violência, como estamos
acostumados. Mas com a estética do solidário, sem um pouco do trágico.
Nicholas Merlone:
Muito interessante,
inclusive, o tema da violência contra a mulher é um tema bastante atual,
bastante importante. Como o senhor vê o papel da arte no enfrentamento da
violência contra a mulher?
Raul:
Eu acho que,
fundamentalmente, que se tome consciência de que o conjunto feminino neste
universo representado por todas as mulheres tem que ser solidário, tem que ter
uma confluência solidária, protetora e estimule a evolução delas para que
cresçam como seres humanos, que sejam valorizadas e tenham igualdades de
oportunidades e condições para florescer socialmente, culturalmente e
politicamente.
Nicholas Merlone:
Está certo. Muitíssimo
obrigado sr. Raul. As obras são fantásticas, as esculturas são muito bonitas e
bem representativas de tudo o que o sr. falou. Agradeço muito a atenção.
Siga o Raul no Instagram: @raulboledi
Fale com o Raul: raul.boledi@gmail.com
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