quarta-feira, 31 de março de 2021

Um mundo distante?

 Avenida Paulista,

Oh! Bela! Bela Paulista!

Menina Moça Mulher!

Solitária,

Deixada sozinha

desacompanhada!

Por entre as calçadas...

Jornais...

Jornais rasgados

pelos ventos soprados!

Rodopiam pelo ar

pelo ar Giram, Rodopiam!

Formigas de máscara!

Poucas formigas!

Dispersas, esparsas!

Formigas ao sopro do vento!

Vento que as levam distante!

Distante...

Distante...

Por caminhos errantes!

O Sol brilha!

O vento sopra!

A brisa toca a pele!

Arrepios!

Calafrios!

Aonde vamos?

Aonde chegaremos?

Num futuro distante?

Num futuro errante?

Num futuro...

Num mundo de ideias...

Num mundo de palavras...

Num mundo,

simplesmente...

Nosso mundo!

Um mundo real verdadeiramente onírico,

Um mundo só Nosso!

 

Nicholas Merlone - 

sp. 31 março / 2021.

De Volta para o Futuro!

 


terça-feira, 30 de março de 2021

John Coltrane em quadrinhos

Luiz Bernardo Pericás escreve sobre a HQ "Coltrane", de Paolo Parisi, que narra em imagens a história do saxofonista John Coltrane, ícone do jazz do século XX

Cinco momentos da vida de John Coltrane retratados em quadrinhos | Nexo  Jornal
HQ Coltrane, de Paolo Parisi, publicada pela editora Veneta
 

Por Luiz Bernardo Pericás.

No princípio era o som. “Força criadora do céu e da terra que apenas um demiurgo pode acolher, compreender e propagar”. E no ambiente sagrado do jazz, surgia um de seus maiores nomes, uma divindade para muitos de seus admiradores. Um “homem que se torna todos os homens. Que se torna coisas. E que volta a ser som”. Este músico genial era ninguém menos que o saxofonista John Coltrane, um ícone do século XX, personagem de diversas biografias, e que, alguns anos atrás, teve sua vida narrada (de forma “ficcional”) pelo jovem quadrinista italiano (nascido em 1980) Paolo Parisi, em uma HQ intitulada Coltrane, publicada no Brasil em 2015 pela editora Veneta com tradução de Rogério de Campos.
 
Leia mais!
 
Boa leitura!

domingo, 21 de março de 2021

Pedro Bial - Vai Entender o Brasil in: Crônicas de Repórter

Crônicas de Um Repórter | Amazon.com.br

 

Vai entender o Brasil!

Na Bienal do Livro de São Paulo, o jornalista Claudiney Ferreira, veterano repórter do mercado editorial brasileiro, me conta que este mercado é 30% maior do que o francês! É claro que isso não quer dizer que na França se leia menos do que aqui, país onde quem não é analfabeto só lê por obrigação. Esse tipo de estatística nos espanta, como o menino que olha a fita métrica duas vezes, abismado com o próprio tamanho. Mesmo com nossa legião de excluídos, somos um baita mercado, como diria o gaúcho...

*

Vai entender...

Falar de poesia sempre foi a melhor maneira de botar um editor para correr. Pois não é que no estande da Editora Record, a dona dos maiores best-sellers importados, os dois títulos mais vendidos foram volumes de poesia brasileira: Farewell, de Carlos Drummond de Andrade, e Livro Sobre Nada, de Manuel de Barros.

Só mesmo poetas seriam capazes disso... A poesia está muito acima!

*

Aliás, tive uma noite maravilhosa de poesia, no auditório número seis do monstruoso Expo Center Norte. Lá, reencontrei sobre um palco os amigos Claufe Rodrigues e Luiz Petry. Juntos, quando jovens, os três amigos fazíamos recitais em bares cariocas. Pretendíamos apresentar um espetáculo de leitura de poemas que rivalizasse com um show de rock... Isso no início da década de 80, época do, com o perdão da palavra, boom do rock nacional!

*

Não ganhamos nenhum disco de platina, mas não fizemos feio. A plateia se divertia, muita gente gostou e copiou a ideia, publicamos um livrinho, e guardamos boas histórias para contar...

Tanto não foi em vão que, 12 anos depois, fomos convidados pela Bienal para falar poesia. O nobre professor Cláudio Willer mal pôde nos apresentar. Os Camaleões, como éramos conhecidos, não conseguiram conter a excitação e iniciaram desbaladamente o recital... Graças à inteligência de Luciana Villas Boas, os poetas se acalmaram e conversaram como gente civilizada. Mais ou menos, eu diria. Pois, ficávamos os três quicando sobre as cadeiras, aproveitando a menor deixa para levantar e declamar versos.

Além da alegria do revival, entusiasmou-nos a possibilidade de ler poemas recentes, que nunca tinham sido testados no palco. E trata-se de algo mágico, quando funciona...

*

Quando Luciana se dirigiu à plateia, "alguém tem alguma pergunta?", dois poetas já desandaram a declamar. Recital sempre acaba assim...

*

Vai...

Durante o rodízio, pode-se frequentar o trânsito de São Paulo. O ideal seria que a escala de placas por dia, ou algo assim, existisse em caráter permanente. Melhor alguns andarem menos para que todos andem...

*

Entender o Brasil...

Na semana que vem, Guilherme de Pádua e Paula Thomás vão à corte. Mais do que os julgamentos do Massacre da Candelária e da Chacina de Vigário Geral (a propósito, o julgamento foi sendo adiado, adiado e cadê?), o caso Daniela Perez será o nosso equivalente ao espetáculo americano de O. J. Simpson.

*

Acompanhei de longe, de Londres, o assassinato que ganhou as páginas de todos os jornais do mundo. Notícia cheia de ingredientes espetaculares, ficção e realidade entrelaçadas, a história do apunhalamento de Daniela é um "clássico do jornalismo", como diria o cínico, ou um "espetáculo jurídico", como diria o estudante de Direito.

Tudo indica que vai ser uma barbada para a acusação. Guilherme e Paula estão em péssimos lençóis...

*

Tive uma breve entrevista com Paula Thomás. Não me pareceu um modelo de saúde mental, mas isto muita gente que não é assassina também não pode pretender.

Seguindo ferreamente as orientações de seu advogado, Paula parece uma marionete repetindo a versão de um álibi frágil...

Guilherme muda de versão, a cada semana, e quando abre a boca não dá ouvidos ao advogado.

*

Guilherme e Paula ilustram exemplarmente um perfil contemporâneo: jovens que não possuem nenhuma espécie de código moral orgânico. Quero dizer, gente em quem a sociedade não conseguiu introjetar uma sensação física de compaixão. Daí, que dá para identificar o medo nos olhos de Paula e Guilherme, mas culpa não.

agosto/96

Pedro Bial | O Poder da Escrita - Websérie Exclusiva

Episódio 1 – A relação com a Escrita

 

Breve Introdução

O autor destaca o fato de se estreitar a sua relação com o todo, fazer você perder o medo das palavras, ganhar intimidade com elas, com a escrita e, claro, escrever de forma clara e concisa. Bial quer compartilhar com o leitor as suas experiências técnicas, seus processos, suas dúvidas e convicções também, para desenvolver e aprimorar o ato de escrever.

Pedro Bial (@pedrobial_) | Twitter
Reprodução: Twitter

A sua relação com o texto, e ele acha que isso ocorre com todo mundo, começou, é claro, como leitor. Ele se apaixonou pelos livros, que significavam como portas e janelas, para o mundo e para outros mundos, para a imaginação, para a informação.

Então, chegou um momento em que ele teve de se decidir que vestibular ele iria fazer, qual seria sua vida profissional. Ele decidiu que iria fazer alguma coisa, que fosse fácil para ele, que fosse próximo, que fosse agradável. E aí era escrever,  como leitor se tornou escritor, uma consequência natural de todo mundo que lê, aprende a escrever, minimamente.

Assim, essa sua experiência, essa sua relação com o texto, que vem do coração, de paixão, que se instala em sua cabeça, é que tem a ideia de compartilhar o curso em pauta.

Para que serve a Técnica?

Entre tratados e mais tratados de literatura comparada, de jornalismo, oficinas de texto, entre tantos manuais e guias que indicam técnicas de escrever, e elas existem, poucos se perguntam, ou tentam responder para que que serve a técnica. Qual é a principal função oculta que tem. E ele nos diz: “Domar a angústia!”. “Porque a angústia nos move a fazer qualquer coisa, a tomar atitudes, a entrar em ação, a escrever”. E a técnica, nesse sentido, vem a auxiliar você a criar canais para que essa angústia venha e caminhe em direção, tenha vazão, e sirva para alguma coisa, tanto para você, como para os outros.

Os Desafios da Escrita

Entre as qualidades humanas que devem servir a causa de escrever, é claro que a inteligência, a sensibilidade, a capacidade de observação, de experimentar as coisas, e voltar para contar o que experimentou, tudo isso é necessário. Mas se fosse para indicar uma qualidade e essa nos desafia, é a coragem, tem que ter coragem para escrever, de rasgar os véus que cobrem seus desejos e deitá-los ao papel, à tela do computador, ao alcance dos olhos de todos.

Porque mesmo que escrever seja um ato solitário, depois de escrito, “o texto pertence ao mundo!”. Por isso, é preciso ter claro o que se diz, o que se quer dizer, e tudo aquilo que se diz sem querer. Uma vírgula fora do lugar, um verbo mal conjugado, podem fazer um baita estrago, diz. Não faltam casos de tragédias provocadas por erros de comunicação e interpretação de texto, afirma.

Os Caminhos da Escrita

“Eu sou Pedro Bial, jornalista e convido você a percorrer comigo o caminho em busca de repertório, técnica e regras e ausência e necessidade de se livrar delas, enfim, sobre a aventura e a delícia que é ler e escrever. E que no fim é sobre a própria vida, a nossa vida”.

Pergunta-se, ao fim: “Quer receber exercícios, reflexões e referências literárias?”; “Que tal trocar experiências com outras pessoas nessa busca por desenvolvimento?”. – Pedro Bial, em O Poder da Escrita: Websérie Exclusiva.

 

Episódio 2 – A Função do Texto na nossa Vida

 

Breve Introdução

Bial diz que, hoje em dia, todo mundo tem voz. Em meio a tantas palavras, frases, hashtags, só se destacam aqueles que sabem ser objetivos e organizar suas ideias. O autor convida o leitor a explorar com ele os salões, cômodos e corredores da língua, e de uma de suas mais belas manifestações.

A Função do Texto na nossa Vida

Typewriter, Book, Notes, Paper, Writing

Se fosse para apontar uma função no texto, na vida, seja ele falado, seja ele escrito, ele representa a ponte entre as pessoas, representa os elos entre solidões, e maneira que temos de trocar testemunhos, de perguntar para outros ou para o outro no sentido mais amplo: “Você não está achando alguma coisa meio estranha, tá todo mundo afetando naturalidade, será que isso aqui não é meio absurdo...”. E assim se estabelece uma cumplicidade. Não é só você que está sentindo alegria. Não é só você que está sofrendo. “Estamos juntos! O texto aproxima as pessoas”.

Todos Nós Escrevemos

“Tudo é Texto!”, afirma Bial. E pergunta se você já se deu conta disso. A quantidade de texto que a gente consome, todos os dias. Queiramos ou não todos nós escrevemos. Seja um romance publicado, seja uma mensagem no celular, não tem jeito. Um tweet de 140 caracteres pode dizer muito mais do que uma enciclopédia mal escrita. Texto é feito de estrutura, métodos, características, gêneros, estilos. Texto é poesia. Texto é técnica.

As Regras de George Orwell

Eric Blair, George Orwell, 1984, Author

Bial diz que, em seu livro Política e a Língua Inglesa, George Orwell estipula algumas regras: “Nunca use uma metáfora, que você está acostumado a ver toda hora.”; “Nunca use uma palavra comprida, se pode usar uma curta.”; “Se poder cortar uma palavra, corte, sempre.”; “Nunca use a voz passiva, se você pode usar a voz ativa.”; “E nunca use uma palavra de outra língua, ou um jargão de área específica, se você pode usar uma palavra do dia-a-dia.”. “E quebre qualquer uma dessas regras, antes de escrever algo ruim.”.

As Necessidades da Escrita

Bial fala que, frequentemente, alguém o aborda para saber sobre escrita. O que faz alguém escrever, o que move alguém a escrever. Em uma palavra: “necessidade”. A gente escreve porque precisa. Escrever para fazer “fru fru”, não tem sentido. Tem que ser algo que empreste sentido à vida, que dê sentido à vida. Escrever organiza os pensamentos, organiza as emoções. O que move alguém a escrever é a sua necessidade de escrever. E a necessidade e o desejo do outro de te ler. Você pode não saber, mas ele existe. É isso!

A Busca Constante

Essa busca por conteúdo, por clareza, concisão e humanidade, são os 04 pontos cardeais do texto, “não acabou para mim, e não vai acabar nunca.”, diz Bial. E-mails, apresentações, mensagens de WhatsApp, textão no Facebook, você passa o dia escrevendo e nem se dá conta disso nem percebe, afirma. Uma boa escrita é essencial, tanto na sua vida pessoal, como profissional. 

Boardwalk, Pier, Sea, Ocean, Seascape

“Eu sou Pedro Bial e quero conversar com você sobre o ato de escrever.”. “Nos vemos em breve!”.

Afirma-se, ao fim: “A Experiência continua nos grupos de WhatsApp com exercícios, reflexões e referências literárias”. – Pedro Bial, em O Poder da Escrita: Websérie Exclusiva.

sexta-feira, 19 de março de 2021

João da Cruz e Souza - poeta simbolista

Tea Time, Poetry, Coffee, Reading

Em 19 de março de 1898, há 123 anos, morreu na antiga cidade de Sítio/MG (atual Antônio Carlos), João da Cruz e Sousa, poeta e um dos pioneiros do movimento simbolista no Brasil. Também chamado de Dante Negro e Cisne Negro, foi vítima de tuberculose. Com seu livro "Broquéis", publicado em 1893, deu início ao simbolismo no país. Seus poemas são marcados pela musicalidade, individualismo e pela cor branca. Em 1885 lançou o primeiro livro, "Tropos e Fantasias". Cinco anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no arquivo na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular.

Fonte: Migalhas.

sábado, 13 de março de 2021

Palavras & Rascunhos - Burn, Burn...

Boardwalk, Pier, Sea, Ocean, Seascape

Burn, Burn...
Queima, queima
o cigarro
enquanto fumo
pela janela
e vejo avisto
o horizonte
perdido
ensolarado
pessoas transeuntes
andarilhos
na rua
movimentada
motos carros ônibus carroças
dali salto pulo
para o centro de SP
chuva chove forte
chove sem parar
não quer parar
caminho com o guarda chuva
desvio pulo das poças
molho os pés
molho a camisa
pois o vento bate forte
bate forte
o coração
entre Sol e Chuva
Chuva e Sol
e entre
um e outro
outro e um
vejo-a nua
na cama
amor ardente
por favor,
me passe
o repelente
para matar
a pulga indecente!

sp. 2021 - NM

Palavras & Rascunhos - Mulheres!

 Girl, Face, Colorful, Colors, Artistic

Mulheres!
Mais belas!
Sempre elas, mulheres!
Mais sábias!
Mais mulheres!
Sempre elas, mulheres!
Loira, negra, ruiva ou morena!
Borboletas...
Onças...
Cantoras do samba
da corda onde equilibramos!
Feliz dia sempre,
Mulheres!
 
sp. 08 março // 2021 - NM.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Cadernos do Cinema - Sete Anos no Tibet

SETE ANOS NO TIBET - Heinrich Harrer, Prefácio de Sua Santidade o Dalai  Lama - L&PM Pocket - A maior coleção de livros de bolso do Brasil


Hoje, sexta-feira à noite, foi dia de pipoca e guaraná! Assisti com meu pai a um filme simplesmente fantástico! Deixo aqui algumas impressões...

Breve Introdução 

Sete Anos no Tibet (Seven Years in Tibet, 1997), baseado em fatos reais, é um filme dirigido por Jean-Jacques Annaud, interpretado por Brad Pitt e David Thewlis. Heinrich Harrer (Brad Pitt) é um alpinista austríaco, que junto com Peter Aufschnaiter (David Thewlis), busca escalar uma das montanhas mais altas do mundo, da Cordilheira do Himalaia. O enredo se passa na época da Segunda Grande Guerra, em um vilarejo do Tibet. Neste local, é possível conhecer a cultura e o modo de vida dos seus moradores. Além disso, também é possível admirar a fantástica paisagem do lugar. O filme abrange questões geopolíticas importantes, das relações entre a China e o Tibet. Porém, me deterei a outros aspectos.

Síntese do Enredo

Heinrich Harrer deixa a esposa para trás, com o filho que estava para nascer, e parte para a épica aventura. Um sujeito fútil, voltado para si mesmo, e para suas próprias preocupações, de início. Torna-se, no decorrer da história, um homem generoso e amigo de Dalai Lama, na época, um adolescente de 15 anos. 

As relações de amizade entre os dois são exemplares e inspiradoras. Harrer, a pedido do jovem, constrói um cinema, para os moradores do vilarejo. Daí a metalinguagem presente no filme. Além disso, aprende a não maltratar os seres vivos (minhocas) e a respeitá-los em sua natureza. Igualmente, leciona ao líder espiritual ensinamentos e curiosidades sobre a cultura ocidental.

Desfecho

Um filme fantástico! Simplesmente, tocante e inspirador! As relações humanas exploradas retratam com sensibilidade e ternura todo um rico universo interior psicológico, numa trama ou drama, preocupando-se também com o contexto exterior da época. Vale ser visto!

Trailer

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