I
Em plena Avenida Paulista,
Algo nos chama atenção,
Não é o trânsito intenso
Ou o latido de um cão.
Mas sim o canto da araponga
Que parece tremer o chão.
II
Um canto diferente,
Soa em nosso jardim,
Parece ferro com ferro,
Barulho que não tem fim,
Está atraindo os alunos,
Professores e o vizim.
III
Araponga em extinção,
Aqui pra nós é novidade.
Trocou seu habitar,
Pelo centro da cidade,
Acorda cedo cantando,
E vai nos contagiando
Com tanta felicidade.
IV
Araponga eu me despeço,
Com o barulho nos ouvidos,
Meu coração em pedaços,
Como se algo tivesse perdido,
Eu mesmo estando dormindo
Estarei ouvindo o teu zumbido.
Gonçalo Macedo
São Paulo, 18-08-2022